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Crítica | Star Wars: The Bad Batch (2021-2024)

  • Foto do escritor: Igor Biagioni Rodrigues
    Igor Biagioni Rodrigues
  • 30 de set.
  • 4 min de leitura

Entre fillers e a excelência...

Por Igor Biagioni Rodrigues.


Bad Batch
The Bad Batch- Star Wars/Disney- Divulgação

Tenho defendido há tempos que grande parte do ouro de Star Wars está no universo expandido da franquia, especialmente nas animações. Contudo, mesmo com um público fiel e a crítica frequentemente elogiando essas obras, é fato que as animações de Star Wars ainda são subvalorizadas. Após o final esplendoroso da última temporada de "Clone Wars", havia o risco de "The Bad Batch" se tornar apenas uma sombra, um spin-off ou epílogo de algo tão extraordinário quanto sua antecessora. No entanto, ao longo de suas três temporadas, a série foi encontrando seu próprio ritmo e identidade, transitando entre episódios que beiram a perfeição e outros mais simples, que funcionam como “fillers” voltados ao desenvolvimento de determinados personagens.


Star Wars: The Bad Batch acompanha a Força Clone 99, um esquadrão de clones com mutações genéticas singulares. A narrativa se desenrola durante a transição galáctica após a queda da República e a ascensão do Império, enquanto o grupo busca um novo propósito e tenta escapar das ameaças imperiais. Spin-off de The Clone Wars, a série mergulha no período pós-Ordem 66, explorando a consolidação do regime imperial e a jornada dos protagonistas, que acabam assumindo trabalhos como mercenários e procurando aliados para sobreviver.


A produção foi divulgada como “a última obra de Star Wars ligada a George Lucas”, não apenas por ter sido criada pelo seu pupilo, Dave Filoni, mas também por adotar a perspectiva de uma criança: Omega, uma clone com crescimento retardado (assim como Boba Fett), que é colocada no centro da narrativa. É louvável que, mesmo em produções direcionadas ao público mais jovem, Star Wars não hesite em abordar temas profundos e políticos, como retratar o Império em toda a sua natureza opressora. Essa escolha se reflete inclusive na construção visual, marcada por uma fotografia frequentemente claustrofóbica nos episódios em que o Império é o foco.


The Bad Batch
"The Bad Batch"- Star Wars/Disney- Divulgação.

Outro destaque está nos episódios que exploram as consequências do destino dos clones após o fim da guerra, quando passam a ser tratados como descartáveis e ultrapassados. O que acontece com soldados quando a guerra termina? Se Clone Wars tinha como propósito mostrar que os clones são mais do que simples cópias, evidenciando suas personalidades únicas e a importância de suas vidas, The Bad Batch mostra como o sistema passa a tratá-los com indiferença. A série os coloca diante do dilema: até que ponto vale a pena lutar por um regime que os considera obsoletos? “Um bom soldado segue ordens”... Mas até que ponto ser obediente significa ser apenas um fantoche?


A irmandade e lealdade que não apenas o esquadrão principal constrói entre si, mas a relação de todos os clones, são vistas pelo Império como uma fraqueza, quando, na realidade, representam sua maior força. Além disso, se em Clone Wars coube a Dave Filoni “corrigir” e expandir os prequels, hoje ele, Jon Favreau e outros criadores vêm desempenhando papel semelhante em relação às sequels, trabalhando com temas como clonagem, herança genética e até a relação com os midichlorians.


Como disse anteriormente, a série possui alguns episódios que não afetam a trama principal e muitas vezes servem para desenvolver determinados personagens ou apenas como fanservice, ao trazer figuras adoradas pelos fãs. Mas isso não é de todo ruim, já que nesses episódios há uma maior liberdade criativa para explorar diferentes gêneros narrativos, como ação, suspense, terror, comédia e por aí vai.


The Bad Batch
"The Bad Batch"- Star Wars/Disney- Divulgação.

Em suma, "The Bad Batch" é mais uma demonstração da excelente qualidade das animações de Star Wars, inclusive no aspecto técnico (por mais que algumas pessoas critiquem a modelagem dos personagens, gosto bastante dessa identidade visual que as animações da franquia criaram). Com personagens cativantes que possuem arcos dramáticos bem trabalhados, histórias emocionantes, tramas políticas e questionamentos instigantes, a série mostra que Star Wars pode estar sofrendo nas mãos da Disney, mas ainda não morreu! E tem muito a entregar.


Para quem só se importa com números:

Nota- 7/10.


Ficha Técnica:

Título original: Star Wars: The Bad Batch

País de origem: Estados Unidos

Criação: Dave Filoni e Jennifer Corbett (head writer)

Número de temporadas: 3

Duração: 47 episódios de aproximadamente 23 minutos.

Classificação: 12 anos.


Elenco:

Dee Bradley Baker como as vozes membros da Força Clone 99 (Hunter, Wrecker, Tech, Crosshair e Echo)

Michelle Ang como a voz de Omega 

Gwendoline Yeo como a voz Nala Se 

Stephen Stanton como a voz de Governador Tarkin 

Noshir Dalal como a voz de Vice-Almirante Rampart 

Jimmi Simpson como a voz de Dr. Royce Hemlock

Keisha Castle-Hughes como a voz de Emerie Karr

Helen Sadler como a voz de Dra. Scalder 


Versão Brasileira:

Estúdio: TV Group Digital / Media Access Company

Direção de Dublagem: Fábio Azevedo e Sérgio Cantú

Ricardo Schnetzer como Hunter, Crosshair, Echo, Tech e Wrecker

Duda Chantre como Omega

Andréa Murucci como Nala Se 

Henrique Canales como Vice-Almirante Rampart

Leonardo José / Ricardo Rossatto comoGovernador Tarkin


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