Crítica: Fantasia (1940)
- Igor Biagioni Rodrigues
- 24 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de mai. de 2023
O filme experimental que virou a obra-prima da Disney.
Por Igor Biagioni Rodrigues

O filme Branca de Neve é lançado em 1937, tornando-se um marco do cinema de animação. Três anos depois, em 1940, “Pinóquio” cai nas graças do público. No mesmo ano, fugindo das adaptações de contos de fadas e criando uma série de curtas em sincronia com várias peças de música clássica, a Disney lança Fantasia, dirigido por Norman Ferguson, James Algar, Samuel Armstrong, Ford Beebe Jr., Jim Handley, T. Hee, Wilfred Jackson, Bill Roberts, Paul Satterfield e Ben Sharpsteen.
Antes de mais nada, vamos falar sobre o que é um filme experimental: Amplamente falando, filme experimental é todo aquele que experimenta com a linguagem cinematográfica, e a usa além de uma forma narrativa subvertendo o uso tradicional da linguagem. Fantasia faz isso utilizando a música.
O longa foi planejado como um modelo novo: um Filme-Concerto, em que a obra seria uma fusão entre o Cinema Animado e a Música Clássica. Um filme que foge do tradicional formato do estúdio: começo, meio- com um conflito bem proposto- e um final feliz.
O filme contou com um famoso músico da época, Leopold Stokowski, e era composto por oito músicas (de compositores como Beethoven e Tchaikovsky), juntando-as com diferentes abordagens nas animações: abstracionismo, as quatro estações, ciência educativa, balé cômico, terror, mitologia e uma animação modelo “tradicional” da Disney.
Walt Disney queria transformar a experiência de assistir “Fantasia” no mais próximo possível de escutar uma Banda Sinfônica pessoalmente e ao vivo, por isso os engenheiros da Disney criaram o Fantasound, um sistema próximo do que viria a ser o Surround dos dias atuais. A ideia do Walt Disney, era transformar “Fantasia”, o filme-concerto, em uma experiência perpétua e que a cada ano, o filme fosse relançado com novas músicas.
O filme não teve sucesso de bilheteria, a crítica foi bem dividida, e Walt Disney nunca viu “Fantasia” se tornar a renovação cinematográfica que queria, porém, “Fantasia” viria ser relançado nos cinemas por diversas décadas e se tornar um marco na história da animação. A Disney se tornou um dos maiores estúdios de cinema forjada por animações e filmes em que a Magia é seu principal aspecto, porém, em “Fantasia” a Magia está em seu mais puro estado e por isso esta obra-prima é o filme mais ousado, artístico e experimental de toda história do estúdio.
Para quem só se importa com números:
Nota- 10/10.
Ficha técnica:
Título Original: Fantasia (Original) .
Roteiro: Joe Grant, Dick Huemer.
Direção: Norman Ferguson, James Algar, Samuel Armstrong, Ford Beebe Jr., Jim Handley, T. Hee, Wilfred Jackson, Bill Roberts, Paul Satterfield, Ben Sharpsteen .
País de origem: Estados Unidos.
Classificação: Livre para todos os públicos.
Duração: 125 minutos.
Elenco:
Leopold Stokowski.
Walt Disney.
Corey Burton.
Deems Taylor.
James MacDonald.
Julietta Novis.
Paul J. Smith.
Prêmios:
Oscar Honorário em 1942.
New York Film Critics Circle Special Award.
Fantasia retro hugo for best dramatic presentation.
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