Crítica | "Planeta dos Macacos: O Reinado" (2024)
- Iuri Biagioni Rodrigues
- 22 de fev.
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de fev.
Repitam comigo: esta Franquia é uma maravilha!
Por: Iuri Biagioni Rodrigues

Hollywood está com a mania de fazer continuações e derivados desnecessários de filmes ou franquias bem-sucedidas, em vez de criar novas histórias. Dessa forma, a saga de Planeta dos Macacos não necessitava de mais um longa. A trilogia iniciada em 2011 e concluída em 2017 fez um ótimo trabalho, contudo, no ano passado, a série ganhou mais um filme: “Planeta dos Macacos: O Reinado”.
Embora seja uma continuação, esse novo longa acerta em cheio ao adotar um grande salto temporal, permitindo a criação e o desenvolvimento de novos personagens,situações e tramas Essa abordagem também é uma boa maneira de atrair um novo público. Assim, “Planeta dos Macacos: O Reinado” consegue captar a essência de seus antecessores e, ao mesmo tempo, criar uma identidade própria.
Reforço que a franquia Planeta dos Macacos é muito boa e sempre trouxe discussões e mensagens interessantes. Neste quarto filme, somos apresentados a um mundo onde os humanos perderam a capacidade de se comunicar, vivendo em busca de alimento e abrigo, como na Pré-história. Também acompanhamos um grupo de macacos que se destaca pelo militarismo. Na metade do filme, descobrimos que eles são liderados por Proximus César (Kevin Durand), um chimpanzé que deturpa os ensinamentos e o legado de César (protagonista dos filmes anteriores), matando e escravizando outros macacos para atender aos seus interesses mesquinhos. Além disso, somos apresentados a Noah (Owen Teague), o protagonista, que vive em um clã de macacos que aprendeu a domesticar pássaros selvagens e que desconhece a história de Cesar.

Logo no começo do longa, a vila de Noah é atacada e destruída por Sylva (Eka Darville) e Trovão (Ras-Samuel), líderes do exército de Proximus. Para resgatar seus amigos e seu povo, ele parte em uma jornada acompanhado por Raka (Peter Macon), um orangotango que é um último discípulo dos verdadeiros ensinamentos de Cesar, e May (Freya Allan), uma humana que aparentemente não sabe falar. Com eles, Noah aprende coisas novas e passa por um processo de amadurecimento. Aos poucos, ele vai se tornando mais corajoso, confiante, astuto e nobre. Ele começa a adquirir características de um líder
Após encontrar seu povo sendo escravizado por Proximus, Noah auxilia May a entrar em um cofre que era uma antiga base militar humana, mesmo sem saber o verdadeiro objetivo dela. Após derrotar o rei autoritário, o protagonista retorna para sua casa e May segue seu caminho rumo ao encontro de novos humanos. Dessa forma, o longa deixa espaço para uma possível sequência.

O ponto mais interessante da película está no fato de como Proximus e seus asseclas recriam o passado para justificar sua violência e seus objetivos no presente. César foi um líder político e espiritual para os macacos, defendendo a unidade entre os símios e a construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária para eles. Além disso, era bondoso, compassivo e tolerante. Proximus, por sua vez, distorce esta mensagem para conquistar, escravizar, torturar e matar, tornando-se um líder violento,autoritário e intolerante. Proximus é um exemplo claro de um tirano que usa da oratória e carisma para falsificar e controlar o passado para moldar o presente e construir o futuro conforme sua visão de mundo e desejo de poder.
Em termos técnicos, o filme é impecável. A direção de Wes Ball é competente, os efeitos visuais são excelentes, com destaque para a captura de movimentos dos macacos, a animação das aves, a criação de mundo e cenas de ação. Além disso, vale mencionar que a maior parte do filme foi gravada em locações reais, reduzindo o uso de chroma key e criando cenários imersivos e belos. Entretanto, a narrativa se alonga em alguns momentos desnecessários, fazendo com que certos acontecimentos demorem um pouco para se desenrolar. Ainda assim, Planeta dos Macacos: O Reinado é um filme muito bom, provando que esta franquia ainda tem boas histórias para contar.
Para quem só se importa com números:
Nota- 7/10.
Ficha técnica:
Título original:Kingdom of the Planet of the Apes
País de origem: Estados Unidos
Roteiro: Josh Friedman, Rick Jaffa, Amanda Silver e Patrick Aison
Direção: Wes Ball
Classificação: 14 anos
Duração: 145 minutos
Elenco:
Owen Teague como Noah
Freya Allan como May
Peter Macon como Raka
Kevin Durand como Proximus César
Eka Darville como Sylva
Ras-Samuel como Trovão
Travis Jeffery como Anaya
Lydia Peckham como Soona
Neil Sandilands como Koro
Sara Wisemancomo Dar
Excelente texto Iuri!
Parabéns Iuri Biagioni Rodrigues! Excelente texto em sua Crítica!
Já assisti o filme umas duas vezes, mas a crítica de Iuri Biagioni Rodrigues abre nossos olhos a perspectivas antes não notadas e a novos olhares que nos ajuda até a rever os nossos olhares para o mundo e a humanidade atual. Parabéns Iuri. Côn. Bino