top of page

Crítica | "Jurassic World - Teoria do Caos" (2024-2025)

  • Foto do escritor: Igor Biagioni Rodrigues
    Igor Biagioni Rodrigues
  • 26 de nov.
  • 4 min de leitura

A franquia uh... encontrou um novo jeito?

Por Igor Biagioni Rodrigues.

Jurassic World Teoria do Caos
"Jurassic World- Teoria do Caos"- Netflix/Divulgação.

Após o fim de “Acampamento Jurássico”, a franquia Jurassic retorna com um novo lançamento: “Jurassic World Teoria do Caos”. A nova série animada da franquia é uma continuação de “Acampamento Jurássico” e continua a história dos Seis de Nublar após os eventos de “Jurassic World: Reino Ameaçado” e antes/durante os acontecimentos de “Jurassic World: Domínio”.


A trama mostra os protagonistas de “Acampamento Jurássico”, agora não mais crianças, mas sim jovens adultos, envolvidos em uma conspiração que não só envolve os dinossauros, como também traz à tona um acontecimento horrível do passado dos jovens. Depois das últimas duas fraquíssimas temporadas de “Acampamento Jurássico”, em que os dinossauros foram postos de lado e os personagens começaram a enfrentar robôs (?!), “Jurassic World Teoria do Caos” segue uma vertente diferente. Aumenta o foco nos dinossauros espalhados pelo mundo e as consequências disso (não tão bem como no excelente curta “Batalha de Big Rock”, mas de forma bem mais interessante que o decepcionante filme “Domínio”), decidindo focar em uma narrativa de mistério e desenvolvimento das relações dos personagens, com um tom mais sombrio (dentro dos limites da classificação etária).


Jurassic World Teoria do Caos
Cena de "Jurassic World- Teoria do Caos"- Netflix/Reprodução.

Em relação à animação, a movimentação dos personagens humanos continua não sendo fluida, porém há um bom trabalho na iluminação e nas texturas dos personagens, props e cenários (os dinossauros continuam sendo a melhor parte!). Apesar de um erro ou outro de continuidade em relação à posição de personagens ou objetos em cena, e de algumas decisões narrativas previsíveis e nada corajosas em relação ao núcleo principal, tornando o final um pouco morno, “Jurassic World: Teoria do Caos” foi uma grata surpresa, principalmente pela definição de um tom mais sombrio.


“Jurassic World: Teoria do Caos” também surge como um exemplo claro dos novos rumos que a franquia Jurassic pode, e deveria, explorar. A animação demonstra que o universo criado por Crichton e expandido no cinema possui espaço fértil em outras mídias, principalmente em formatos seriados. Assim como "Acampamento Jurássico" havia sinalizado, Teoria do Caos comprova que séries animadas podem desenvolver melhor aspectos que os filmes frequentemente deixam de lado, seja por tempo, seja por prioridades comerciais. A expansão do universo Jurassic além das telonas não apenas enriquece sua mitologia, como também oferece liberdade criativa para narrativas mais ousadas, mais íntimas e, principalmente, mais coerentes.


Jurassic World Teoria do Caos
Rinha de bicho!: Hipopótamo VS Suchomimus em "Jurassic World- Teoria do Caos"- Netflix/Reprodução.

Mesmo que simples e com um desfecho não muito corajoso, “Teoria do Caos” deixa evidente que a franquia ainda possui muito potencial. Guardadas as devidas proporções, a série faz pela franquia Jurassic algo semelhante ao que "The Clone Wars" fez por Star Wars: amplia o mundo, aprofunda personagens antes subutilizados e nos deixa com um genuíno gostinho de querer ver mais. A animação não revoluciona o gênero, muito menos a franquia, mas acerta ao entender exatamente onde estão as maiores forças desse universo e ao tratá-las com respeito, afeto e criatividade.


Foi especialmente gratificante acompanhar o desenvolvimento e a evolução desses personagens ao longo das duas séries, ainda que algumas discussões e relações sejam resolvidas rápido demais, sem o necessário aprofundamento emocional. Faltou, também, um pouco de coragem na construção do arco dramático final, a série teria ganhado peso real se tivesse permitido a morte de um dos protagonistas, algo que ela prepara, mas não concretiza. Ainda assim, a jornada de crescimento dos jovens, agora adultos, permanece envolvente e representa um dos pontos altos do produto.


Jurassic World Teoria do Caos
"Jurassic World- Teoria do Caos"- Netflix/Reprodução.

Outro aspecto que merece destaque é o valor representacional da série. O casal lésbico formado por duas das protagonistas trouxe uma camada importante de diversidade ao universo Jurassic. Infelizmente, como sempre, isso gerou polêmica entre pais conservadores com cérebro menor que o de um compsognato e pensamento mais retrógrado que o período Jurássico. Ainda assim, a série se mantém firme em sua proposta, oferecendo representatividade de forma natural e significativa, algo raríssimo em grandes franquias.


Yasmina e Sammy
"Jurassic World- Teoria do Caos"- Netflix/Reprodução.

Por fim, é impossível não reconhecer o quanto "Teoria do Caos" supera sua antecessora em praticamente todos os quesitos: na construção de sua trama mais política, no relacionamento mais maduro dos personagens e, principalmente, por devolver aos dinossauros o protagonismo que haviam perdido. A série finalmente honra o nome World dentro de Jurassic (sim, vou fazer essa piadinha) ao ampliar o escopo do universo e explorar questões como o contrabando global de dinossauros, elemento que, surpreendentemente, consegue até melhorar (se é que isso é possível) a percepção de Jurassic World: Domínio. A animação é apenas um vislumbre do que o filme deveria ter sido, e, apesar de não ser um recomeço (haha ele fez de novo!), já é o suficiente para reacender a esperança de que a franquia pode encontrar novos caminhos, desde que tenha coragem de evoluir tanto quanto suas criaturas.


Para quem só se importa com números:

Nota- 7/10.


Ficha Técnica:

Título Original: Jurassic World- Chaos Theory

País de Origem: Estados Unidos

Criador: Zack Stentz

Duração: 39 episódios de aproximadamente 22 minutos cada.

Classificação: 10 anos.


Elenco:

Paul-Mikél Williams como Darius Bowman

Sean Giambrone como Ben Pincus

Kausar Mohammed como Yasmina Fadoula

Raini Rodriguez como Sammy Gutierrez

Ryan Potter como Kenji Kon

Kiersten Kelly como Brooklynn


Versão Brasileira:

Estúdio: Delart

Arthur Valadares como Darius Bowman

Enzo Dannemann como Ben Pincus

Jéssica Vieira como Sammy Gutierrez 

Taís Feijó como Yasmina Fadoula 

Hugo Myara como Kenji Kon

Bia Menezes como Brooklynn


Comentários


bottom of page