Crítica: Pato Donald em: Natal nas montanhas
- Iuri Biagioni Rodrigues

- 23 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
A primeira aparição do Tio Patinhas!
Por: Iuri Biagioni Rodrigues

Histórias com temáticas natalinas são bem recorrentes em diversas mídias, e algumas delas se tornam marcantes. Esse é o caso de Pato Donald em: Natal nas Montanhas, lançada em 1947, com roteiro e arte do lendário quadrinista Carl Barks, conhecido como o "Homem dos Patos" devido ao seu vasto trabalho envolvendo os patos da Disney.
Nesta clássica história do Pato Donald vemos que ele e seus sobrinhos, Huguinho, Zezinho e Luisinho estão desanimados na véspera de Natal. O motivo? Donald está sem dinheiro, e por isso, não conseguiria comprar presentes para os garotos. Enquanto isso, Tio Patinhas está em sua mansão reclamando do Natal, porque, em sua opinião, esta uma época do ano em que todos se amam, em contrapartida, ele odeia todos e sente que também é odiado por todos. Em busca de diversão, o pato quaquilionário decide dar um presente para Donald, seu sobrinho, caso ele passe em um teste.

Após receberem uma carta de Patinhas, Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho partem para o chalé do abastado tio, localizado nas montanhas. Lá, encontram presentes e bastante comida. Entretanto, a estadia não seria tão tranquila. Tio Patinhas planeja testar a coragem de seus parentes, fantasiando-se de urso para observar como eles reagiriam à situação. Com isso, percebemos que a trama é simples, mas Barks sabe conduzir a narrativa de uma maneira interessante e divertida, criando algumas surpresas no caminho.
Antes que o tio ranzinza apareça, Donald e os seus sobrinhos vão procurar um pinheiro para usar como árvore de Natal. Aqui, temos momentos bem engraçados, com Donald morrendo de medo de encontrar ursos, assustando-se facilmente. Após a busca, eles descobrem que dentro da árvore escolhida havia um filhote de urso-pardo. A partir daí, a ação começa, com os quatro patos tentando localizar o ursinho no chalé, enquanto a mãe do bebê urso também procura por ele. Eventualmente, todos acabam se encontrando e, neste momento, Tio Patinhas aparece fantasiado de urso para colocar seu plano em prática. De maneira inusitada, acaba convencido da coragem de seus sobrinhos (de Donald, principalmente) e decide recompensá-los. Na última página da HQ, temos um desfecho cômico que encerra a trama com leveza.

Ao longo da trama, o traço cartunesco de Barks mostra-se bem eficiente para criar situações bem-humoradas. O quadrinista cria ótimas caretas, expressões faciais como espanto, surpresa e medo. Além disso, ele trabalha muito bem com as emanatas para expressar as emoções dos seus personagens. É interessante notar que nesta primeira versão, Tio Patinhas é representado como como um velho ranzinza, amargurado e recluso, bem diferente do personagem dinâmico e aventureiro que estamos acostumados e que foi popularizado pelo próprio Carl Barks.
Por fim, Natal nas Montanhas é uma história simples, mas que diverte o público. Além disso, possui um grande valor histórico por ser a primeira aparição do Tio Patinhas, único personagem do alto escalão da Disney que surgiu nas histórias em quadrinhos, e não nas animações.
Curiosidade: Tio Patinhas (Uncle Scrooge McDuck, nos EUA) é inspirado em Ebenezer Scrooge, o protagonista do famoso livro Um Conto de Natal do escritor inglês Charles Dickens, lançado em 1843.
Para quem só se importa com números:
Nota= 7/10
Dados da HQ:
Roteiro: Carl Barks
Arte: Carl Barks
Editora original: Dell Comics (1947) e Fantagraphics (atualmente)
Editora no Brasil: Abril e Panini
Páginas: 20







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