"Crítica: Super Mario Bros. – O Filme"
- Igor Biagioni Rodrigues
- 21 de abr. de 2023
- 4 min de leitura
" Isso não é um comercial. Isso é um filme!"
Por Igor Biagioni Rodrigues.

Como dito na Crítica: "The Last of Us – 1X01: When You’re Lost in the Darkness", aparentemente, a "maldição" das adaptações de jogos de video-game acabou. "Super Mario Bros. – O Filme" vem recebendo bastantes críticas negativas que dizem que o filme possui um roteiro simples, é recheado de referências e que não passa de um um comercial da Nintendo feito pela Illumination. Bom, não vejo esses fatores como sendo algo necessariamente ruim.
O longa é realmente frenético, seu ritmo é acelerado e seu roteiro não é complexo. Entretanto, é bem feito e sua velocidade proporciona ótimos momentos de humor. A trama consiste em apresentar Mario e Luigi, dois irmãos encanadores tentando provar seu valor (para todos e, principalmente, para si mesmos) que decidem largar seu antigo emprego e abrir seu próprio serviço de encanadores. Em uma tentativa de consertar um vazamento no bairro, os irmãos acabam sendo sugados por um cano verde mágico e parando em mundos diferentes. Mario cai no Reino Cogumelo e Luigi no Reino das Sombras. Sabendo dos perigos que seu irmão corre nas mãos de Bowser, o encanador italiano mais famoso do mundo se une à Princesa Peach, Toad e a Donkey Kong para resgatá-lo e impedir a destruição do Reino Cogumelo.

Em relação as referências, aqui vai o grande acerto do filme. Apelar para nostalgia é o que Hollywood mais tem feito nos últimos anos, lançando diversos requels (uma mistura de sequência com reinício, com a intenção de dar um novo ar a franquia, agradando novos e antigos fãs) e continuações, mas visando apelar para o sentimento nostálgico para simplesmente lucrar. No entanto, a película em questão se diferencia desse tipo tão constante de filme porque traz uma inovação tanto para as adaptações de games como para o próprio cinema: o longa não é só uma adaptação que constrói uma história baseadas em jogos, ele simula a sensação de jogar um bom jogo da franquia Mario.
Os planos e cenas de ação remetem diretamente aos jogos, os movimentos dos personagens, somados a uma trilha sonora bem aplicada nos dão a sensação de estarmos jogando sem os controles. Porém, essa simulação vai muito além de emular planos e fases famosas, se preenche na própria história e, principalmente, na construção de personagens. Mario é corajoso e destemido, mas tem seus medos e preocupações, Luigi é medroso, mas enfrenta os problemas e situações, porque sua confiança em seu irmão lhe dá força. Mario é o player 1 e Luigi é o player 2. Peach, em certo momento, diz que Mario não é de desistir, sendo uma alusão àquele jogador que não desiste dos desafios do jogo, por mais difícil que a fase seja. É bastante inteligente como essa relação de dois players se reflete na relação de Mario e Luigi, ambos possuem uma belíssima irmandade, por mais que Mario seja o protagonista, ele não conseguiria sem Luigi, e Luigi só consegue enfrentar os obstáculos pois sabe que Mario sempre o ajudará.

Em quesitos técnicos, a animação não entrega nada de novo como "Homem-Aranha no Aranhaverso" ou "Gato de Botas 2" , mas possui um 3D de extrema qualidade, com texturas muito bem feitas, cenários e personagens muito bem modelados (detalhe para as texturas de pelos e cabelos). Outro aspecto que chama atenção é a paleta de cores do longa. As cores vibrantes servem como um encantamento à parte na construção desses diversos cenários e personagens apresentados.
A Illumination pode sim ter feito filmes sem muito apelo estético e qualitativo no quesito de roteiro, contudo assim como "Meu Malvado Favorito", "Super Mario Bros. – O Filme" decide utilizar de uma narrativa mais simples e rápida que mesmo assim traz emoção e humor na medida certa. Se esse filme tinha o intuito de fazer dinheiro (e está, uma vez que está batendo recorde atrás de recorde), qual o problema? Comerciais, quando bem feitos, possuem uma qualidade cinematográfica, trazem uma mensagem para além do produto e podem até emocionar.
Para quem só se importa com números:
Nota-8/10.
Ficha Técnica:
Título Original: The Super Mario Bros. Movie.
Países de Origem: Estados Unidos e Japão.
Roteiro: Matthew Fogel (baseado em criação de Shigeru Miyamoto).
Direção: Aaron Horvath, Michael Jelenic, Pierre Leduc, Fabien Polack.
Classificação: Livre.
Duração: 92 minutos.
Elenco (vozes originais):
Kevin Michael Richardson na voz de Kamek
Jack Black na voz de Bowser.
Khary Payton na voz de Rei Pinguim
Chris Pratt na voz de Mario
Charlie Day na voz de Luigi
Anya Taylor-Joy na voz de Peach
Keegan-Michael Key na voz de Toad
Seth Rogen na voz de Donkey Kong
Fred Armisen na voz de Cranky Kong
Juliet Jelenic na voz de Lumalee
Dublagem brasileira:
Estúdio de dublagem: Delart
Direção de dublagem: Manolo Rey
Tradução: André Bighinzoli
Com as vozes de:
Raphael Rossato na voz de Mario
Manolo Rey na voz de Luigi
Carina Eiras na voz de Princesa Peach
Márcio Dondi na voz de Bowser
Eduardo Drummond na voz de Toad
Pedro Azevedo na voz de Donkey Kong
Ricardo Juarez na voz de Kamek
Léo Rabelo na voz de Cranky Kong
Marco Ribeiro na voz de Rei Pinguim
Monique Filardy na voz de Lumalee
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