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  • Foto do escritorIuri Biagioni Rodrigues

30/01 -Dia do Quadrinho Nacional

Atualizado: 28 de jan.

154 anos de história e excelentes quadrinhos nacionais!

Por Iuri Biagioni Rodrigues.

O Dia do Quadrinho Nacional é comemorado em 30 de janeiro. A data foi escolhida, pois foi neste dia, em 1869, ou seja, 154 anos atrás, que o italiano radicado no Brasil, Angelo Agostini lançou a primeira história em quadrinhos do país: "As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte”. A história foi publicada no jornal "Vida Fluminense". (Vale destacar que o Brasil foi um dos países pioneiros na criação de HQs - Falei sobre isso aqui) Agostini foi o principal artista gráfico do segundo reinado e suas obras eram caracterizadas por críticas sociais e ao governo de Dom Pedro II.


As Histórias de Nhô-Quim mostravam a vida de um caipira que foi morar no Rio Janeiro e que ficou chocado com o modo de vida das pessoas desta cidade e abordava diferenças da vida no campo para a vida no ambiente urbano. Você pode baixar e ler "As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte” no site do Senado Federal clicando aqui . (A edição em PDF no site do senado também traz as histórias de Zé Caipora, outra obra de Agostini).


A celebração do dia 30 de janeiro foi estabelecida, em 1984, pela Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP) que era formada por nomes importantes dos quadrinhos como João Gualberto Costa (mais conhecido como Gual), Jayme Leão, Henfil, entre outros.


É importante lembrar que hoje é o Dia do Quadrinho Nacional e não o Dia Nacional do Quadrinho. Muitas pessoas fazem confusão na utilização desses termos, pois são parecidos. No entanto, são bem diferentes. O primeiro, está correto (para o dia de hoje), porque dia do quadrinho nacional refere-se a comemoração e valorização das HQs produzidas no Brasil. O segundo termo, por sua vez também surgiu em 1984, mas com um objetivo diferente: comemorar o aniversário de 50 anos do lançamento da revista Suplemento Juvenil de Adolfo Aizen, dono da antiga editora EBAL, que ocorreu no dia 14 de março de 1934. O Suplemento Juvenil trazia histórias de personagens como Mandrake, Flash Gordon, Tarzan, entre outros. Portanto, hoje é Dia do Quadrinho Nacional e não Dia Nacional do Quadrinho (que é o 14 de março, mas não é uma data muito utilizada.)


Podemos dizer, então, que nosso país guarda uma relação bem íntima com a linguagem dos quadrinhos desde 1869. Ao longo dos anos, o número de lançamentos e a diversidade de temas foram ficando cada vez maiores. Hoje, temos muitos quadrinhos nacionais de qualidade lançados tanto por editoras quanto de maneira independente.


Temos histórias inspiradas em fatos reais, de comédia, ficção, fantasia, terror, erótico, aventura, vida cotidiana, histórias de caráter regionalista, e muitos e muitos temas.


Os quadrinhos brasileiros sempre trataram de temas relevantes para o país e têm grandes contribuições em várias áreas . Vejamos alguns exemplos:


Os quadrinhos de Angelo Agostini foram importantes para espalhar os ideais republicanos e abolicionistas;


Durante a Ditadura Civil e Militar, os quadrinhos de Ziraldo, Henfil, Laerte, Ciça, Carlos Zéfiro, Luiz Gê, entre outros criticavam, desafiam e mostravam como era viver sob um governo autoritário e violento;


Através das HQs de Mauricio de Sousa (Turma da Mônica) e Ziraldo (Turma do Pererê e Menino Maluquinho), muitas crianças aprenderam a ler e a expandir a imaginação.


Através das histórias de Flavio Colin, os temas nacionais como folclore, "causos regionais", temáticas indígenas, florestas, entre outros ganharam destaque;


As charges de Angeli, Glauco e Laerte abordam temas como política, desmatamento, desigualdade social, violência, vida nos grandes centros urbanos, etc.


Através dos quadrinhos de Marcello Quintanilha, Marcelo D'Salete, dos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, Rafael Grampá, Fido Nesti, Eloar Guazelli, entre outros, os quadrinhos nacionais conquistaram a atenção e a admiração internacional. (Prêmios também).


Através das HQs de Hugo Canuto, Marcelo D'Salete, Jefferson Costa, Rafael Calça, Alex Mir, Al Stefano, Alex Genaro, Alex Rodrigues, Caio Majado, Germana Viaba, Ana Paloma Silva, entre outros vemos a valorização da cultura afro-brasileira, da luta dos negros e mensagens antirracistas.


Através das obras do Coletivo Quadrinistas Indígenas, criado por TAI, Raquel Teixeira, Marcelo Borary e Mayra Sigwalt, temos a valorização da cultura dos povos originários.


Com Gabriela Gülich e Carol Ito temos o jornalismo em quadrinhos que aborda temas que a grande mídia não toca.


Através da Revista e redes sociais Mina de HQ, criadas pela jornalista Gabriela Borges, temos a busca por quadrinhos mais diversos e representativos produzidos apenas por mulheres, pessoas trans e não binárias. Assim todas, todos e todes que contribuem com esse projeto buscam valorizar e nos conscientizar da luta da comunidade LGBTQIAPN+


Através das histórias em quadrinhos de Helô D'Angelo, Cora Ottoni, Fefê Torquato, Germana Vianna, Carol Pimentel, Roberta Cirne, Clarice França, Ana Recalde, Milena Azevedo, Camila Suzuki, Laura Athayde, entre outras temos diversidades de temas, mas todas produzem obras feministas e que valorizam a figura da mulher.


Os quadrinhos de Helô D'Angelo, Leandro Assis e Triscila Oliveira mostraram como enfrentamos a pandemia do Covid-19.


Temos ainda Lourenço Mutarelli, Vitor Cafaggi, Lu Cafaggi, Danilo Beyruth, Vitorelo, João Pinheiro, Bianca Pinheiro, Greg Stella, Cris Peter, Paulo Crumbim, Cristina Eiko, Orlandelli, Shiko, Fred Rubim, Fábio Yabu, Carlos Ruas, Guilherme Infante (Capirotinho), Rapha Pinheiro, Wellington Srbek, Camilo Solano, Ilustralu, Mary Cagnin, Ana Cardoso, etc. é muita gente boa fazendo quadrinhos excelentes. Não dá para citar todos os nomes, mas agradecemos todo mundo que escreve, desenha, arte-finaliza, colore, edita, enfim produz ou produziu quadrinhos nacionais nesses 154 anos de históra!


Viva o quadrinho nacional! Que tenhamos mais 154 anos de ótimas histórias em quadrinhos no Brasil!


Para comemorar este dia, indicamos alguns quadrinhos nacionais que valem muito a pena: (mais detalhes no Instagram - acesse aqui e aqui):


1- Estórias Gerais de Wellington Srbek (roteiro) e Flavio Colin (arte)

2- Manual do Minotauro de Laerte (roteiro e arte)

3- Todo Bob Cuspe de Angeli (roteiro e arte)

4- Combo Rangers de Fabio Yabu (roteiro) e Michel Borges (arte)

5- Aconteceu comigo de Laura Athayde (roteiro e arte)

6- Angola Janga de Marcelo D'Salete (roteiro e arte)

7- Tungstênio de Marcello Quintanilha (roteiro e arte)

8- As barbas do Imperador de Lilia Moritz Schwarcz (argumento/roteiro) e Spacca (roteiro e arte)

9- Arlindo de Ilustralu (roteiro e arte)

10- Valente de Vitor Cafaggi (roteiro e arte)

11- Graphic MSP - Vários quadrinistas. O selo traz histórias dos diversos personagens criados por Mauricio de Sousa escritas e desenhadas por uma nova geração de quadrinistas que abordam temáticas mais complexas e adultas. Pode escolher qualquer edição delas que você não vai se arrepender.








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